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Arquitetos: SUMA Arquitectura
- Área: 4170 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Jesús Granada
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Fabricantes: B- deckt S.L, Binder Holz GmbH Wood Industry, Cristalería Martos , KLH, Metra Building , Nanotures S.L
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Biblioteca Gabriel García Márquez está localizada em um denso nó urbano na cidade de Barcelona, e é precisamente este contexto que faz com que a geometria da construção se adapte às condições do entorno, replicando o chanfro, recurso urbanístico típico de Barcelona que se encontra consistentemente no tecido desta metrópole.
O edifício aparece como um sólido escultórico, assentado sobre uma praça elevada que permite uma fluida circulação pedonal através do eixo cultural do bairro. A biblioteca se eleva em balanço sobre a área aberta, criando uma praça coberta delimitada do outro lado pelas árvores existentes. Ao longo do volume branco são abertos quatro mirantes que enfocam as vistas e dirigem o olhar para os grandes atrativos do entorno. Estes recortes permitem que o conforto e o ambiente acolhedor que se desenvolve dentro da biblioteca - graças à madeira que aporta sua calidez ao conjunto com um grande atrativo estético - se expresse para o exterior, integrando-se ao urbanismo de Barcelona.
O edifício se assemelha a uma pilha de livros abertos com folhas dobradas e perfuradas. Cada "livro" é criado por uma densa estrutura de painéis de madeira orientados em diferentes direções. Não só os requisitos estruturais definem cada direção, mas também as condições de iluminação do espaço, seu caráter, o programa e suas conexões urbanas.
Esta estrutura de madeira apresenta uma série de inovadores e atrativos benefícios que a convertem em um material ideal para desenvolver nossa visão arquitetônica, aprimorando a sustentabilidade do projeto ao reduzir a pegada de carbono e as emissões de gases de efeito estufa e acelerar o processo construtivo graças à industrialização e pré-fabricação, possibilitando que o projeto seja bem-sucedido em termos de tempo e custos.
A biblioteca se organiza em torno de um amplo pátio triangular que conecta todos os usos do programa à escada principal. Este grande vazio leva luz natural ao coração da biblioteca melhorando suas condições de iluminação e atuando como chaminé solar. Um elemento arquitetônico passivo, particularmente efetivo em ambientes úmidos e quentes, que absorve a radiação solar aquecendo o ar no interior, o qual sobe e ventila toda a edificação por meio da circulação natural.
A estrutura apresenta três núcleos verticais de madeira compensada ao redor dos quais se ordenam de maneira eficiente as diferentes áreas da biblioteca. Dois desses núcleos são de forma triangular e incluem escadas e elevadores, que se encontram sobrepostos ao pátio interior. O terceiro núcleo, de forma quadrada, abriga os banheiros e áreas de armazenamento.
Ao longo desses núcleos verticais se desenvolvem alternadamente duas tipologias espaciais claramente diferenciadas e definidas visivelmente por sua função. Primeiro, os espaços fechados, com uma densa estrutura mista de madeira e aço orientada segundo as condições de iluminação e as vistas. Estes espaços se dedicam às atividades acústicas mais exigentes, como a sala multiuso, a rádio, áreas de trabalho em grupo, áreas para crianças, espaço de trabalho interno e laboratórios.
Em segundo lugar estão os espaços abertos, onde a maior parte da estrutura desaparece, aportando uma sensação de amplitude e leveza que oferece áreas mais desobstruídas para o desenvolvimento do programa principal, como as zonas de consulta, leitura e estudo.
Durante a execução do projeto, planejamos desde os primeiros estudos o desenvolvimento de um programa pioneiro para a Biblioteca Gabriel García Márquez contando com toda a implicação do Consórcio de Bibliotecas.
Na SUMA entendemos que as bibliotecas são o paradigma do espaço público que passaram a se converter em catalisadores e condensadores sociais. Desde nosso ponto de vista, sua relevância não se baseia nos programas e atividades que abriga e que poderiam acontecer em qualquer outro lugar, mas sim, na intensidade espacial única e em suas qualidades como ecossistema. Desta maneira, supomos que a arquitetura da biblioteca (a estrutura, a fachada, etc.) está diretamente relacionada com o mobiliário, o programa, a coleção e os usuários.
O programa arquitetônico resulta intenso e dinâmico, pois atua como autêntico condensador social que capturou e desenvolveu situações as quais fomentam a experiência da informação, da troca e da produção de conhecimento. Na biblioteca García Márquez são oferecidos simultaneamente diversos ecossistemas que reproduzem as condições de respirar o ar puro (na ágora da praça elevada), de uma fazer uma reunião (no fórum de ideias do térreo), de estar em um estúdio de televisão ou em uma cerimônia teatralizada (na sala polivalente extensível do nível inferior), de ler como em casa, de se reunir (na escada central do pátio), etc. Desta maneira, através da acumulação dos diversos ecossistemas, a biblioteca pública se configura como um espaço acolhedor onde cada um pode encontrar seu lugar, seu canto. A biblioteca é o lar de todos.
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